Digital Media and Audiovisual In Online Teaching - EDU681 - 3.2

Vídeo Interativo

Desenvolvido por Alexandra Cristina Moreira Caetano em 2022 baseado no livro Teoria das Mídias Digitais. Linguagens, ambientes e redes, publicado em 2014 por Martino, Luís Mauro Sá.

Vídeo Interativo

Objetivos de aprendizagem

Introdução

O vídeo é um dos recursos mais utilizados dentro dos cursos, por reunir vários elementos num só lugar: imagem, som, texto. Assistimos a vídeos o tempo todo, seja nas redes sociais, seja na televisão, nos canais de streaming. Somos literalmente bombardeados de vídeos o tempo todo. Alguns recheados de muito humor, de música e de muitas danças. Quando chegamos nas aulas acabamos por encontrar os vídeos utilizados nos materiais instrucionais, gravados no formato de jornal televisivo: professor parado, olhando fixamente para a tela, linguagem cadenciada, cenário fixo, muitas vezes sem imagens, ou slides de acompanhamento. Um padrão que acaba por chamar pouca atenção do aluno, acostumado com movimento, ação, música alta, imagens de impacto. E para identificar que o vídeo foi assistido, o estudante acaba por deixar ele ligado, passando até acabar. Você já identificou alguma situação assim?

O Vídeo Interativo

Para quebrar o padrão de vídeo e para evitar que o estudante apenas “deixe o vídeo rodar”, é que surge o vídeo interativo como recurso de aprendizagem. Nesse caso, à medida que o vídeo é apresentado, são inseridos momentos de interação com quem o está assistindo (por exemplo: links para sites externos ou para outras referências na plataforma de aprendizagem, explicações pontuais ou aprofundamento de conceitos – no formato de pop-up, questões que estejam inseridas no contexto, pergunta de pesquisa, entre outros…).

Ao serem usados em contexto educacional, os estudantes terão o vídeo interrompido pela estratégia de interação. Dessa forma, poderão assimilar conceitos e testar a compreensão do conteúdo assistido até aquele ponto. Na prática, o vídeo interativo é baseado no formato habitual do vídeo linear, porém agrega elementos externos, inseridos após a gravação base para estimular quem assiste a interagir com o seu conteúdo. Para além de visualizar, quem assiste ao vídeo passa a ter a possibilidade de participar, interagindo com os elementos ali inseridos.

Vale lembrar que a inserção de uma proposta de interação no vídeo passou a ser possível com a chegada das mídias digitais. Com as mídias sendo transformadas em sequências de zeros e 1s, passamos a ter o vídeo, o áudio, a legenda e as atividades propostas como códigos digitais que são inseridos em diferentes camadas (layers), seja no momento da edição, ou após a edição base do vídeo linear. Até pouco tempo, considerávamos a produção dessas mídias a partir de seus diferentes suportes, com linguagens diferentes, não sendo possível reuni-las num único arquivo.

Entendemos que um vídeo produzido para EAD é um mecanismo de comunicação que irá levar conhecimento e informação aos estudantes. O que se espera desse recurso é que ele gere uma discussão entre os participantes, promovendo interação social. Nesse caso, a interação não está no vídeo em si, mas na forma como ele se manifesta nessa modalidade de ensino. No vídeo interativo, a proposta de interação está nele, respeitando o ritmo do estudante e sua autonomia de estudo.

Preparando a produção

A produção do seu vídeo interativo começa com o roteiro. A estrutura do roteiro fornecerá uma boa ideia dos momentos de mudança ou de pausa dentro do vídeo, sendo mais efetiva a inserção de ações. Sugerimos a adoção da estrutura do Modelo ROPES, usado no Design de Aprendizagem, para que você possa criar um roteiro conectado do início ao fim.

Antes de colocar no quadro a base do seu roteiro faça um esquema contendo:

Vamos ao preenchimento do quadro:

Quadro 1: Roteiro baseado no Modelo ROPES

Fonte: a autora (adaptado de Flora, A., 2016)

Com o roteiro de vídeo pronto, chegou o momento de preparar as interações que serão parte da estratégia de ensino e aprendizagem. Inserir uma interação implica em fazer com que a pessoa que assiste ao vídeo clique sobre a tela para resolver a atividade proposta e liberar o vídeo para que ele continue a rodar.

Vamos estabelecer que tipo de interação será inserida no vídeo:

O número de interações no vídeo depende da minutagem prevista. Só faz sentido usar uma interação se ela estiver contextualizada e alinhada com o objetivo de aprendizagem daquela aula.

ATENÇÃO: para ter maior clareza de quanto tempo irá durar seu vídeo resgate a escaleta e use uma calculadora para saber quantos minutos são necessários para a leitura do seu roteiro. Para percorrer o vídeo interativo, o estudante deve seguir os comandos que o vídeo apresentar, conforme foi programado, lembrando que, ao final, será mostrado para ele o rendimento com relação às respostas fornecidas ao longo do vídeo.

Saiba Mais

Algumas plataformas oferecem a tecnologia necessária para que você possa desenvolver o seu vídeo interativo sem precisar se preocupar muito se sabe ou não editar vídeo.

  • Thinglink - https://timeline.ly/  - disponibiliza ferramentas para adicionar elementos interativos a vídeos ou imagens em formato de texto, imagens, sons, vídeos, áudios, mapas, entre outros. Pode ser utilizado com vídeos próprios ou públicos no Youtube ou Vimeo.
  • Edpuzzle - https://edpuzzle.com/ - permite criar vídeos interativos adicionando perguntas, notas num vídeo, gravação de voz, cortar vídeos, entre outras, para utilizar em sala de aula ou partilhar com os alunos num espaço online. Pode ser integrado diretamente em várias plataformas de apoio à aprendizagem (Moodle, Google Classroom, Canvas).
  • Vizia - https://vizia.co/ - plataforma gratuita que permite adicionar quizzes, sondagens ou links em vídeos do Youtube ou Wistia. Apresenta várias opções de edição. Os resultados obtidos nos questionários ou sondagens são armazenados numa planilha Google.

Apesar do vídeo interativo ser um recurso que oportuniza maior motivação e engajamento, não significa que todos os vídeos inseridos dentro de uma disciplina ou de um curso devam ser interativos. Em especial quando temos vídeos muitos curtos, devemos evitar que a interação quebre o ritmo do vídeo em si.

SAIBA 
MAIS

Aplicação Prática:

Para que você possa testar a construção do vídeo interativo, assista aos dois tutoriais a seguir, escolha a plataforma, escolha um vídeo para inserir as interações e comece a testar.

O melhor caminho para você aprender a configurar as interações no seu vídeo é fazer na prática.

Em Resumo

O vídeo interativo objetiva tornar as aulas gravadas mais dinâmicas. As interações contribuem para manter a atenção do aluno no material de ensino e pode já indicar quais são os pontos que o professor considera serem fundamentais para a aprendizagem.

Na ponta da língua

Referências Bibliográficas

Bates, A. W. (2016) Educar na Era Digital – Design, ensino e aprendizagem. São Paulo: Artesanato Educacional.

Filatro, Andrea & Cairo, Sabrina. (2015) Produção de Conteúdos Educacionais. São Paulo: Saraiva, 2015.

Filatro, A.; Cavalcanti, C. C.; Junior, D. P. A. & Nogueira, O. (2019) DI 4.0 - Inovação na Educação Corporativa. São Paulo: Saraiva Educação.

Flora, A. (2016) Design de Aprendizagem. São Paulo: DVS Editora

Silva, Robson Santos da. (2011) Objetos de aprendizagem para Educação a Distância. São Paulo: Novatec Editora.

Digital Media and Audiovisual In Online Teaching - EDU681 - 3.2

Vídeo Interativo

Imagens: shutterstock

Livro de referência:

Teoria das Mídias Digitais. Linguagens, ambientes e redes.

MARTINO, Luís Mauro Sá

Editora vozes, 2014

MUST University®: licensed by Florida Commission for Independent Education, License: 5593.